Poesia - CALEIDOSCÓPIO
BRUNA LOMBARDI BRUNA LOMBARDI
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 Published On Mar 10, 2024

Compartilho com vocês uma poesia do meu livro Clímax:

CALEIDOSCÓPIO

Como te explicar meu estado de delírio?
Toco coisas que não alcanço e tudo se transforma.
Uma nova configuração se forma
e facilita minha visão.

Quando rearranjo as coisas,
tudo o que modifico me obedece
de um jeito novo.
O destino fica na minha mão.

Íntima da minha própria história,
estudo estratégia e proporção.
Sopro e tudo aflora
por instinto e intuição.

Então abro asas, me elevo do chão.
Flano por horas dentro do meu quarto,
até que ouso e ganho as ruas,
desfruto paisagens e multidão.

Ouço confidências, descubro vidas,
levito como fazia minha bisavó.
Distribuo minha energia entre as pessoas
e faço companhia pra quem está só.

Encosto a mão num coração machucado,
passo e ouço vozes, pensamentos
e tomo mais cuidado se percebo
dor, fragilidade, desalento.

Faço o que posso diante do impossível.
Me alimento das menores margaridas,
me escondo atrás de coisas cotidianas.
Faço o possível pra passar despercebida.

Do céu recebo tudo o que preciso,
sinal, ajuda, proteção, aviso.
Redesenho e faço coisas de improviso
Não me requer esforço ou sabedoria.

A curiosidade me leva, o entusiasmo me guia.
Tudo o que não sei fazer, eu tento.
E, pra captar o que o cosmo irradia,
fico atenta a cada momento.

Tudo se modifica com o que invento
e flui, é fluxo, líquido, tudo experimenta
uma sensação de sublime leveza.

Como o mecanismo de um caleidoscópio,
tudo o que movimento muda de desenho
e me surpreende com sua inusitada beleza.

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